quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Esta noite eu...

Minha vida vai passando
Páginas em branco que escrevi hoje me fazem chorar
Lembranças tristes silenciam a voz aguda em meu peito
Que sem forças não pode gritar
Em meu calendário chego cada vez mais rápido ao fim desta trilha
Ás vezes tenho pressa, ás vezes medo
Hesito ao ver o desfecho se aproximando
Sobreviverei?! Não estou bem certa...
Estou voltando pra casa, e não me lembro mais o caminho
Sigo rastros de meus próprios passos
Que vacilaram ao tentar esconder-me da própria consciência sensata
Dois rios se encontram e o resultado sinto por dentro
Águas profundas e silenciosas movimentam meu anseio
Por deixar que esse rio siga enfim o seu percurso
E a branda aurora de um novo dia venha trazer-me sossego
Para os meus sonhos que hoje conturbam minhas longas noites quentes
E somente lágrimas expremidas molham meu rosto
Refrescando o calor que sufoca a alma
Noite vazia me vem assustando
Demora a me embalar o sono
Pois a melodia soprada pela brisa em meus ouvidos
Canta histórias já de mim perdidas
De minha saudade, da flor que colhi antes do seu tempo
E não permiti desabrochar em minhas mãos
Dentro do meu castelo de areia me sinto desprotegida
As torres que construi não servem mais
Elas cairão e me submergirão em meu leito triste e sombrio
Junto com meu descompensado sofrimento
E eu não quero me conformar
Mas as luzes já se apagam e nesse espetáculo a minha voz não ecoa
A inefável Graça Divina entra em cena
Destruindo a minha força
Me reduzindo aos vermes, em minha própria insignificância
Aí o fim...
Espero pelo doce toque do Sol
Iluminado astro. Claridade. Verdade.
Pois não posso mais suportar a noite escura
Na companhia da Lua, dissimulada, Amante das Sombras
Que observa meu desalento com cínismo
E eu choro...
Choro.

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